"MENOS HIPOCRISIA E MAIS PARTICIPAÇÃO DA JUVENTUDE, QUE TAL?"




É fato que a política vive um dos piores momentos desde a redemocratização. A descrença da sociedade com a política é notável.

É claro que a sociedade tem motivos para não mais acreditar na política, oras, o que vemos atualmente é a impunidade, o cinismo, a falta de ética, a falta de compromisso com o que é público e o pior de todos os males da política, a corrupção se comportando de maneira endêmica.

Lendo o livro da jornalista Rachel Sheherazade, o jornalista Marco Antônio Villa fez um comentário interessante ao falar sobre a democracia, “Ética, moralidade, competência, eficiência e compromisso público simplesmente desapareceram”, o que é um fato.

A questão da corrupção é algo complexo, ela não se resume apenas aos partidos e aos políticos, mas sim como um mal que está presente no dia-a-dia da sociedade. Se isso for combatido apenas de forma seletiva ao invés de “Cortar pela raiz” não adiantará nada. Isso me lembra de uma fala sensata e coerente do Ministro do STF, Luís Roberto Barroso, onde ele diz que o Brasil naturalizou as coisas erradas e que devemos ensinar as próximas gerações que vale a pena ser honesto. Outro fato!

Hoje a indignação com aqueles que fazem a má política é simplesmente seletiva, critica a falta de ética e moral de governos passados e da “esquerda”, mas se calam e são coniventes quando um parlamentar recebe auxílio moradia mesmo tendo imóvel em Brasília. É legal, mas é moral?

Foram às ruas, colocaram patos nas ruas, bateram panelas, fizeram grandes manifestações pedindo o impeachment da então presidente da república, Dilma Rousseff (PT), e qual o seu “crime”, era as “Pedaladas fiscais”, sendo que o então vice-presidente Michel Temer (PMDB) apresentado como o “salvador” cometeu o mesmo “crime” e não foi punido igualmente.

Denunciado duas vezes por corrupção, o atual presidente Michel Temer (PMDB) apresentou a “PEC do Teto” que congela por vinte anos investimentos em áreas essências da população, sua equipe de governo é composta por vários investigados em casos de corrupção, aumentou várias vezes o valor do combustível.

Mas oras cadê as panelas? Cadê a indignação? Cadê o patriotismo? Cadê o pato? CADÊ?

A manipulação, seletividade e hipocrisia é umas das coisas que definem a má política.

Menos hipocrisia e mais participação da juventude. Que tal?

A participação da sociedade e principalmente da juventude é um dos maiores desafios da democracia em todo o mundo. A ampliação da presença da juventude nas instâncias de decisão política encontra desafios em ambas às partes. Se por um lado é necessário que haja uma modificação nas estruturas das instituições para que elas se tornem mais abertas para ouvir os anseios da juventude, por outro é igualmente fundamental fazer a juventude se interessar pela política e criar uma cultura de participação.

Se fizermos uma pequena viajem ao passado, nos lembraremos de que as principais mudanças e conquistas importantes para o país contou com a participação efetiva da juventude. A campanha ''O petróleo é nosso'', a resistência contra a ditadura militar, a campanha pelas Diretas-Já, o movimento caras pintadas e recentemente as grandes manifestações de 2013.

Precisamos reacender a chama da esperança que fazia com que os jovens sonhassem em ingressar na política, precisamos recuperar a representatividade, mas com responsabilidade e respeito; defendendo uma sociedade que respeite todas as diversidades e que abra espaço para a construção autoral da juventude.

Portanto, fica claro que a participação da juventude na política precisa ser incentivada. É necessário que o poder público dinamize os debates públicos, criando eventos com os cidadãos para os mesmos mostrarem suas opiniões e incentivando cada vez mais a juventude estar presente nas  instâncias de decisão política. Pois se não ocuparmos a política, alguém ocupará por nós.

Como Marina Silva diz, “Sem a juventude nada muda” e “Mudar a política é trabalho de qualquer um”.

POR GUSTAVO HENRIQUE – ESTUDANTE E FILIADO A REDE SUSTENTABILIDADE

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